29 abril 2006

Etapa 2: Wainwright - Point Lay

Uau, está bom tempo!!Não, afinal não...

Por momentos tive aquela loucura daquela ideia que estaria bom tempo durante a viagem...mas foi Sol de pouca dura, infelizmente. Ora, continuamos nós pela costa do Alasca em busca de um bocadinho de terra sem neve...sem sorte. :P No entanto não deixa de ser uma viagem interessante, especialmente quando, no meio da meteorologia toda, temos de continuar a ver terra, ou a coisa não corre lá muito bem.

Ora aqui estão os mapas actualizados do *passeio*, bem como um close-up da viagem de hoje. É favor clicar para ver maior ;).


O voo teve novamente cerca de uma hora (ou não fosse esse o objectivo :P), e aqui vão alguns screenshots:

1. Descolagem de Wainwright, num dia bem aberto e bonito :)

2. Uma passagem bem bonita, com o mar tão azul, o céu tão azul, e a terra tão branquinha ;)

3. A aterrar com tempo péssimo em Point Lay...passado um bocado começou mesmo a chover.

Ou seja, a Oeste nada de novo, só mais algum tempo de prática em voo normal, manutenção de altitude, descolagem e aterragem seguindo as regrinhas todas, e pronto. Até à próxima, cá vos espero para dar notícias de Point Lay.

28 abril 2006

Wainwright, AK (Cidade 1)


Wainwright (Ulguniq ou Kuuq) é uma cidade costeira do Alasca, com cerca de 550 habitantes. A escassa informação sobre esta cidade é devida evidentemente ao seu tamanho (uma aldeia com 500 habitantes em Portugal também não teria um site na Internet, penso eu de que).

No entanto, é nesta localidade que se encontra uma base aérea da USAF, conhecida pelo suporte dado às tropas russas durante a II Guerra Mundial por parte dos EUA, que levava mantimentos, armas, munições, etc para a frente russa que combatia os alemães.

Assim, foi possível encontrar algumas fotos desta zona, como mostro de seguida:

1. O Outono no Alasca. Uma foto que mostra a beleza da paisagem da Tundra fora do rigoroso Inverno. Infelizmente, o Outono em Wainwright dura apenas 3 semanas...

2. Aproximação à base aérea, já em pleno Inverno.

3. Tropas em treino. Duro....

4. Placa comemorativa do uso da base aérea na II Guerra Mundial, como já expliquei. Cliquem para aumentar a foto, e leiam a mensagem, se quiserem aumentar ainda mais a vossa cultura geral (a fotográfica já aumentaram :D).

E pronto, desculpam a tão parca informação, mas mesmo assim já não foi mau ;). Até ao próximo voo :).

Pequeno dicionário:

USAF - United States Air Force.

Link: Fort Wainwright, Alaska.

10 abril 2006

Etapa 1: Barrow - Wainwright

Neve, neve e mais neve...

Ok, acho que seria mais ou menos de esperar encontrar 99% do Alasca coberto de neve, mas a verdade é que o tempo não ajuda a apreciar a paisagem, e o melhor é mesmo manter o olho na costa, porque o nevoeiro, e todo o branco, tornam a navegação complicada.

Podem clicar nas imagens para as verem maior. Façam o favor, visto que se vê muito melhor onde ficam realmente os sítios. Grande Google Earth. :)

O voo em si demorou cerca de uma hora, sem nenhuma atracção particular. Ajudou-me apenas a recordar como se voa :P Aqui vão algumas fotos para verem como não tem nada de interessante.

1. Vista aérea do aeroporto de Barrow, com a cidade que mal se vê, de tanta neve.

2. A cruzar uma língua de...neve :P. Na verdade todo o voo foi assim: pouca visibilidade, o mar azul a fundir-se com a costa branca, e eu a seguir a costa o mais que podia, para não me deixar perder nevoeiro adentro.

3. Já em aproximação ao aeroporto de Wainwright.

4. A aterrar. Flaps no máximo, não vá o diabo tecê-las. Vento não havia, mas a temperatura local era de -20ºC. Duvido muito que na realidade o avião saísse para voar, mas é uma das coisas boas da simulação :D

Pronto, e é assim. Até à próxima :)

09 abril 2006

Barrow, AK (Cidade 0)

Barrow é a cidade mais a Norte dos Estados Unidos da América, e considerada a povoação mais a Norte do mundo. Situa-se mais de 500 km acima do Círculo Polar Ártico. Tem cerca de 4500 habitantes. O seu nome antigo é Utqiagvik, que significa "sítio onde corujas são caçadas" na linguagem Inupiaq. O seu nome recente vem de Sir John Barrow, que em 1825 explorou a geografia do Norte do continente americano, especialmente a definição da linha de costa.

Barrow fica situada na região da Tundra, a zona mais recôndida e menos populada do estado do Alasca, onde as cidades e vilas não têm qualquer tipo de ligação rodoviária e/ou ferroviária, sendo apenas acessíveis de avião ou barco (embora os mares estejam congelados mesmo nos meses de menos frio). Estas cidades da tundra são também conhecidas por sistemas de canalização, electricidade e aquecimento muito fortes e protegidos, devido ao frio permanente. Estes são montados muitos metros abaixo do chão, e sobem directamente para as casas. Dentro destas, as temperaturas ascendem aos 25ºC, mesmo quando na rua estão -40ºC (nada de extraordinário em Barrow). Já pensaram então o que deve ser estar em casa e pôr a cabeça de fora só para ver "como está o tempo na rua"? Vai uma amplitudezita térmica de 65ºC??

A história da cidade remonta a 500 A.C., onde escavações arqueológicas desenterraram vestígios de antigas comunidades esquimós. Na verdade ainda hoje muitos esquimós habitam a zona de Barrow, tornando a cidade numa mistura entre o antigo e o novo, o tradicional e o moderno. O nível de vida é relativamente elevado, acima da média americana. Tal deve-se ao petróleo e gás natural existentes em abundância na zona, que permitem um farto uso dos recursos para electricidade, deslocações, aquecimento, etc.

Outra comunidade abundante é a fauna local. Num dia de turismo por Barrow (fora da cidade, evidentemente) podemos encontrar ursos polares, ursos pardos, raposas do ártico, raposas vermelhas, caribús, alces, corujas das neves, lobos, baleias, castores e focas.

A Norte da cidade de Barrow podemos encontrar o Cabo Barrow, onde existe uma importante estação meteorológica, que monitoriza constantemente as condições, bem como vários fenómenos, existentes nas regiões árticas.

E por falar em fenómenos, falta apenas falar das grandes atracções de Barrow, pela sua situação geográfica. Na verdade, e para além do fascínio que a cidade de Barrow oferece em qualquer cartão postal, três fenómenos podem ser observados ao longo do ano:

  • Inverno - Visto que se situa acima do Círculo Polar Ártico, era de esperar que Barrow tivesse alguns "dias" durante o Inverno em que o Sol simplesmente não nascesse. Mas 2 meses?!? Pois é, entre 18 de Novembro e 24 de Janeiro de cada ano, o Sol não sobe acima da linha do horizonte. No entanto chega a estar apenas 6º abaixo da mesma, podendo-se considerar crepúsculo. Durante o crepúsculo, se o céu estiver limpo, é possível de praticar actividades ao ar livre sem necessidade de luz artifical. No dia mais curto do ano, meados de Dezembro, Barrow tem 3 horas de crepúsculo, e 21 horas de noite escura. Também a lua tem movimentos estranhos, visto que chega a ficar no céu mais de 3 dias sem desaparecer de linha de vista, e quase sempre em fase de Lua Cheia, ajudando a iluminar;
  • Verão - E o reverso da medalha? Pois, entre 10 de Maio e 2 de Agosto o Sol não se põe em Barrow. É o conhecido "Sol da meia-noite", tantas vezes utilizado para livros, filmes, etc. Também no Verão de Barrow o Sol não sobe muito no céu, sendo portanto dias frios, com médias pouco acima de zero graus. É uma altura de corrida às lojas em busca de material para poder tapar as janelas durante as horas de "noite", especialmente para hotéis, onde os turistas que chegam para apreciar este fenómeno têm muita dificuldade em se habituar a tais horários. Na verdade a população de Barrow perde todo o sentido de "horas" durante estes meses. As pessoas trabalham durante as mesmas horas, mas não obrigatoriamente nas mesmas alturas. As lojas podem abrir a meio da "noite", e as crianças podem brincar às 4 da "manhã", e depois dormirem durante a "tarde". Vêem como a própria definição de "manhã", "tarde" e "noite" perde TODO o sentido? :o) Na figura abaixo é possível observar uma fotografia tirada em Julho às 3 horas da manhã.
  • Aurora boreal - Barrow pode ser considerado o sítio perfeito para ver Auroras Boreais. Primeiro porque é imensamente a norte, e depois porque os meses nocturnos permitem observá-las perfeitamente. Na verdade chega a ser quase caricato, visto que por vezes Barrow chega a estar demais a Norte para ver algumas auroras!!
E pronto, assim ficam os meus conhecimentos acerca de Barrow. Curiosidade: na foto abaixo, uma imagem do momento mais claro de um dia, onde o sol nasceu há 7 minutos, e se porá daí a outros 7 minutos!!

Pequeno dicionário:

Círculo Polar Ártico - É o paralelo N66º33'39'', paralelo esse que delimita a região a partir da qual o Sol é visível no céu durante mais de 24 horas (solstício de Verão), e vice-versa a partir da qual o Sol não nasce durante mais de 24 horas (solstício de Inverno).

Inupiaq - Um dos dialectos das zonas árticas, falado inicialmente pelos esquimós. Contém 3 vogais e 13 consoantes apenas.

Tundra - zona situada entre a latitude limite do crescimento de árvores e os gelos polares, cuja vegetação, característica do Norte da Sibéria, Rússia e Alasca, é composta de líquenes e musgos.

08 abril 2006

Pilot

Do blog (e a sua duração):

Não quero ser pessimista, nem agoirento...mas a verdade é que os blogs comigo nunca duram muito tempo. Primeiro porque não tenho imaginação para escrever textos do tipo dos que por aí leio, nem divagações, nem pensamentos, poemas, etc. Segundo porque os meus projectos, quando são por pura vontade própria, nunca duram muito tempo. Sad but true. É por isso que condeno este blog à partida.

No entanto, e enquanto durar, gostava de partilhar com todos os que tiverem vontade de o ler, ou com todos os que o descobrirem, alguns dos conhecimentos que eu vou adquirindo ao longo deste meu dia de passeio.

Do título:

Perguntam agora vocês o que é o meu "Dia de Passeio". Para começar devo avisar todos que é um passeio *virtual*. Virtual porque é um pouco menos real do que o normal. Portanto quem estivesse à espera de um guia de viagem, pode começar a pensar em não voltar cá :P

Na verdade eu sou um apaixonado pela aviação. E essa paixão é tão real quanto virtual. Real porque sou um estudante a piloto, e virtual porque transporto a minha paixão para por exemplo o Flight Simulator.

Da fusão:

E é assim que tudo se mistura e assim que este blog nasce: pela necessidade de me treinar para os meus "voos mais altos" na realidade, é preciso, ou pelo menos ajuda, treinar-me ao máximo aqui no conforto do lar, onde as coisas que correm mal apenas desmoralizam.

De viagens antigas:

Ao longo de tantos anos (8) e tantas horas de voo (3000+) de simulador, já me diverti a fazer alguns passeios muito curiosos, como uma volta ao mundo patrocinada pela Microsoft (2000-2001), uma volta ao mundo patrocinada pela AirWeGo (não perguntem) (2002), e depois com uma volta a Portugal em Ultra-leve patrocinada pela Bom Sucesso (2004-2005) que voei sem qualquer tipo de instrumentos de ajuda à navegação, e mais umas quantas que apenas não me lembro de momento.

Desta viagem:

E assim chegamos ao dia de passeio de hoje. Sem nenhuma ideia realmente genial de uma viagem, e sinceramente com algum medo de grandes planeamentos e depois não os cumprir, decidi apenas começar num ponto qualquer pelo mundo, e ir voando para aqui e para ali, de aeroporto em aeroporto, treinando as minha habilidades, e um ou outro aspecto técnico daqueles que se podem treinar em simulador (as vertigens por exemplo não se treinam em simulador ;o) ). Como sou um curioso por natureza, vou também procurando coisas interessantes sobre os sítios por onde vou voando, cultivando a minha cultura geral, e a vossa, se continuarem a vir aqui. :D

Do programa de festas:

E assim, este blog vai tentar ser um bocadinho de cultura geral, um bocadinho de curiosidades sobre o meu Dia de Passeio virtual....e quem sabe se num dia de maior inspiração não terá também alguma estória de um Dia de Passeio real ;)

Para post inicial não está mal...mas era importante estabelecer desde já as directivas deste meu blog. E cá estão elas.

Fiquem todos bem, e façam o favor de ser felizes :)